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RECEITA DO CHEF: O PÃO

Alexandre Frigo *

Tenho pra mim que é um dos alimentos mais básicos da humanidade. Já foi restrito aos cozinheiros mais experientes e aos padeiros gabaritados. Hoje, qualquer pessoa pode fazer pão. Com o advento do fermento biológico seco, tal tarefa ficou mais fácil. Ele pode ficar guardado no armário e tem uma validade maior ao contrário do fermento fresco que precisa ser armazenado sob refrigeração e tem uma validade menor.

Mas também não basta misturar todos os ingredientes e achar que faremos maravilhas na arte da panificação. Se bem que até que é possível conseguir boas coisas depois do surgimento das maquinas de fazer pão para uso doméstico. Nelas a gente coloca os ingredientes, escolhe o ciclo, cor, gramatura, aperta um botão e, PLIM!!!!!! Depois de algum tempo temos um pão.

É interessante? É! Porém, para mim, falta algo. Falta a emoção de trabalhar a massa, de se envolver junto com os ingredientes e ver a transformação que vai acontecendo. O esforço de amassar, esticar, dobrar, repetir tudo outra vez até que ela fique lisa e pronta para o processo de fermentação. Dar à massa o formato que desejamos e o melhor, podemos fazer do sabor que quisermos. Além dos vários grãos diferentes que temos hoje, podemos fazer pão com abóbora, cenoura, beterraba, além de especiarias. Pão salpicado com grãos e castanhas. Pão doce, salgado, integral, com mel, melado, sem glúten e vai por aí afora.

Agora, uma coisa é certa. Você vai precisar de paciência. Sabe por que? Porque o fermento precisa agir e para isso ele precisa de tempo. A massa tem que fermentar, crescer, aquela famosa frase que lemos nas receitas “deixar crescer até dobrar de volume”. Para os ansiosos de plantão, vai um aviso: Relaxem! Busque outra coisa para fazer enquanto o fermento age. Como diz D. Maria: “Tudo tem seu tempo e sua hora”. Sábias palavras. Se quiser um bom resultado, deixe o tempo e o fermento agirem.

Outra coisa importante é seguir a receita quanto à quantidade de ingredientes. Ir colocando de qualquer jeito e qualquer quantidade, fatalmente não teremos um bom produto quando tirarmos do forno. E deixem o pão esfriar um pouquinho antes de cortar, senão dá dor de barriga, como diziam os ancestrais. Eu acho que essa fala tem um pouco de terror, creio que era para dar tempo de levar o pão à mesa e todos poderem comer. Um pão quentinho, manteiga, café, queijo e uma boa prosa. Esse café vai longe!

Os ingredientes para o pão são:

200g de farinha de trigo,

250g de farinha de cereais,

1 colher de sopa de alecrim picado,

1 colher de chá de açúcar refinado,1 ½ colher de chá de sal,

1 ¼ colher de chá de fermento seco instantâneo,

2 colheres de sopa de azeite,

250 ml de água morna.

Para o recheio:

2 pimentões vermelhos,

1 pimentão amarelo,

2 colheres de sopa de azeite,

4 colheres de chá de vinagre balsâmico,

1 colher de sopa de polpa de tomate,

sal e pimenta do reino.

Para finalizar:

2 colheres de sopa de azeite e alecrim fresco

Preparo:

Coloque as farinhas em uma tigela grande e, mexendo, acrescente o alecrim, o açúcar, o sal e o fermento. Acrescente o azeite e aos poucos vá acrescentando a água morna até formar uma massa macia. Sove bem a massa em uma superfície enfarinhada por 5 minutos, até que fique lisa e elástica. Unte uma tigela, coloque a massa e unte levemente a massa com azeite. Cubra com filme plástico sem apertar e deixe a massa crescer até dobrar de tamanho.

Enquanto a massa cresce, corte os pimentões em 4 partes, retire as sementes e os miolos. Grelhe bem em uma frigideira bem aquecida com um fio de azeite. Depois coloque em uma vasilha e tampe com filme plástico. Deixe esfriar. Depois retire a pele e corte em tiras finas. Tempere e adicione o vinagre balsâmico.

Coloque a massa em uma superfície enfarinhada, sove bem e corte ao meio. Abra a massa em um formato de 28×15. Passe a polpa de tomate, coloque metade dos pimentões no centro de cada uma delas. Depois dobre no sentido do comprimento para cobrir a mistura.

Coloque os dois pães em uma assadeira grande untada. Salpique o restante dos pimentões por cima e cubra com filme plástico, sem apertar. Deixe crescer por mais 30 minutos.

Retire o filme, pingue azeite sobre a massa 3 salpique o alecrim. Asse em forno pré-aquecido a 200°C por 15 minutos. Cubra com papel alumínio se estiver dourando demais.

  • É chef de cozinha

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