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PESQUISA COM TESTES RÁPIDOS DE COVID-19 ESTÁ LIBERADA EM BARBACENA, APÓS SUCESSÃO DE NOTÍCIAS FALSAS E DESINFORMAÇÃO

Foto: Divulgação/Pfarma

Najla Passos
Notícias Gerais

A falta de comunicação entre as instituições públicas dos diferentes níveis de governo deixou parte da população de Barbacena em pânico e prejudicou a realização de uma importante pesquisa sobre a Covid-19, que deveria estar sendo realizada no município, desde a última quinta (14).

A pesquisa “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional” é realizada pelo Ibope, sob a orientação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com financiamento do Ministério da Saúde (MS).

O objetivo é avaliar a velocidade de expansão da Covid-19 no país e estimar o número de pessoas com anticorpos para a doença, por meio de uma amostragem de participantes residentes em 133 “cidades sentinelas”, que são os maiores municípios das divisões demográficas do país, de acordo com critério do IBGE.

Barbacena foi a única cidade da região escolhida para participar desta primeira fase. Entretanto, o município não recebeu qualquer comunicação oficial de que o estudo seria realizado na cidade. E quando os pesquisadores começaram a ir a campo, na quinta (14), parte da população entrou em pânico.

O seguro morreu de velho

Márcia Maria Malta Lima de Barra

A família da barbacenense Márcia Maria Malta Lima de Barra, moradora do bairro Jardim, foi uma das que não recebeu os pesquisadores. “Era um casal uniformizado, com máscaras e credenciais do Ministério da Saúde, mas a gente fica com medo, com tanta notícia de assalto por aí, não dá pra deixar qualquer pessoa entrar na casa da gente, né?”, justifica.

Conforme ela, a filha mais velha, que é servidora pública da rede estadual de saúde, foi quem atendeu os pesquisadores. “Ela, que trabalha na Saúde, não tinha informação nenhuma sobre a pesquisa e a Prefeitura de Barbacena não confirmava a autenticidade do estudo. Achei melhor não arriscar e avisei aos amigos pelo WhatsApp para que tivessem cuidado”, explica.

“Era um casal uniformizado, com máscaras e credenciais do Ministério da Saúde, mas a gente fica com medo, com tanta notícia de assalto por aí, não dá pra deixar qualquer pessoa entrar na casa da gente, né?”

Márcia maria Malta Lima de Barra, moradora do bairro Jardim

Márcia foi cautelosa com a abordagem do assunto, que tratou com seriedade. Mas outros já espalharam que se tratava de golpe. Notícias falsas afirmando que se tratava da ação organizada de uma quadrilha de assaltantes invadiram as redes sociais. E, por prevenção, a Diretoria de Vigilância e Ações em Saúde da Prefeitura de Barbacena interrompeu o serviço e solicitou um parecer sobre a pesquisa à Superintendência Regional de Saúde.

O ofício demorou a chegar. Somente na noite de sexta (15), quando o trabalho de campo em Barbacena já deveria ter sido concluído, a Superintendência Regional de Saúde confirmou a veracidade do estudo. De acordo com o órgão, a UFPel só entrou em contato na sexta (15), por telefone e email, para informá-los da empreitada.

Antes tarde do que nunca

Em matéria publicada do site oficial da Prefeitura de Barbacena às 21h46 dessa sexta (15), a Secretaria de Saúde informou que, após receber a confirmaçõ da realização do estudo pelos órgãos competentes, a pesquisa está liberada na cidade.

Em Nota de Esclarecimento publicada na noite de sexta, a UFPel atesta que o projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e que o trabalho de campo prosseguirá neste sábado (16).

“A primeira fase iniciou nesta quinta-feira, 14 de maio, se estendendo pelos próximos dois dias (15 e 16 de maio), com a realização de testes rápidos para o coronavírus e entrevistas com 250 participantes em cada uma das 133 cidades, listadas em anexo. Outras duas coletas como essas ocorrerão em 15 e 30 dias”, esclarece.

As pessoas estão sendo entrevistadas e testadas em casa, por meio de um sorteio aleatório, utilizando os setores censitários do IBGE como base, por agentes da Ibope Inteligência.  Os agentes da pesquisa coletam uma amostra de sangue (uma gota) da ponta do dedo do participante, que é analisado pelo aparelho de teste em aproximadamente 15 minutos.

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