Início Gerais DOS 51 PREFEITOS DA MACRORREGIÃO DE BARBACENA, MAIORIA DEFENDE O ISOLAMENTO SOCIAL

DOS 51 PREFEITOS DA MACRORREGIÃO DE BARBACENA, MAIORIA DEFENDE O ISOLAMENTO SOCIAL

Prefeito de Barroso
Presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes (Cisver) e prefeito de Barroso, Reinaldo Fonseca (PSDB) diz que não é hora de flexibilizar o isolamento social. Foto: Divulgação/ Prefeitura de Barroso.

Najla Passos
Da Editoria

Dos 51 prefeitos da Macrorregião de Barbacena, a maioria defendeu o isolamento social como estratégia para contenção da pandemia de coronavírus, em reunião realizada nesta segunda (13). A voz dissonante foi a do prefeito de São João del-Rei, Nivaldo Andrade (PSL), que defendeu a flexibilização da medida.

A Macrorregião de Barbacena é formada pelas associações de municípios de quatro microrregiões: Barbacena, São João del-Rei, Congonhas e Conselheiro Lafaiete. De acordo com o presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes (Cisver) e prefeito de Barroso, Reinaldo Fonseca (PSDB), a maioria dos prefeitos da região participou do encontro virtual, que contou também com a presença de promotores e autoridades médicas.

“Tirando um único prefeito, que é o de São João del-Rei, que pede flexibilidade, os demais estão todos na mesma linha, por entender que não é o momento oportuno para isso”, afirmou o prefeito de Barroso.

Conforme noticiou o portal Notícias Gerais, o prefeito Nivaldo Andrade propôs uma consulta à população sobre a reabertura do comércio, em pronunciamento nas redes sociais, o último sábado.

Projeções para a região

Na reunião, os prefeitos puderam conferir as projeções de necessidades de leitos de UTI para região, de acordo com cálculos feitos pela calculadora disponibilizada pelo Ministério da Saúde. “Nós não temos capacidade de leitos para receber os pacientes, caso haja uma flexibilidade total”, informa.

O presidente do Cisver afirma que, da mesma forma, se a região mantiver o isolamento social, com base em cálculos da mesma ferramenta, poderá chegar ao final da curva do novo coronavírus com leitos sobrando e com poucas vítimas fatais. “É isso o que nós queremos”, ressalta.

“Nós não temos capacidade de leitos para receber os pacientes, caso haja uma flexibilidade total”

Uniformidade de diálogos

O prefeito de Barroso defendeu a uniformidade de diálogos entre as autoridades públicas para informar bem a população e evitar mortes. “Enquanto o presidente da República [Jair Bolsonaro (sem partido)] e o governador [Romeu Zema (NOVO)], por questões meramente politiqueiras, fazem este discurso avesso às questões que estão acontecendo, nós vamos ficando cada vez mais em uma situação insustentável”, criticou.

Para Reinaldo Fonseca, os prefeitos do interior ficam sem saber o que fazer frente aos discursos do presidente e do governador. “Eles têm os seguidores deles, foram muito bem votados e ficam criando uma rixa política entre as pessoas que não é o momento. Não é momento de pensar em eleições. A grande questão política do país, agora, se chama coronavírus, Covid-19. É isso que temos que combater e temos que combater juntos. Agora é hora de união de esforços, porque estamos lidando com vidas”, defende.

O prefeito de Barroso afirma que continuará lutando para manter o isolamento social na região enquanto puder. “Eu sei que não vai ser fácil. A pressão é violenta. A gente entende a preocupação das pessoas que têm pequenos comércios, que precisam de recursos. A gente entende tudo isso, mas não vejo que é hora de flexibilizar o isolamento social não”, avalia.

“Enquanto o presidente da República e o governador, por questões meramente politiqueiras, fazem este discurso avesso às questões que estão acontecendo, nós vamos ficando cada vez mais em uma situação insustentável”

O vírus não tem que viajar

O presidente da Cisver criticou também a afirmação do governador, Romeu Zema (NOVO), de que o vírus “tem que viajar” e chegar aos municípios do interior que os prefeitos estão lutando para proteger. “O ideal é que ele se propague devagar. A ausência total de propagação é ruim”, disse o governador, em videoconferência, na quarta passada (8).

Para Reinaldo Fonseca, isso é um absurdo. “Parece puro desconhecimento. Esse vírus já viajou muito, desde a China, passando pela Europa, EUA e agora Brasil. Se não ficarmos em isolamento social e começarmos a divagar naturalmente, aí sim o vírus ‘vai viajar’ internamente e matar muita gente. Para ele é tranquilo, pois está cercado dos melhores hospitais e médicos para lhe atender, caso seja necessário. E os demais? Como ficam?”, questionou.

“Se não ficarmos em isolamento social e começarmos a divagar naturalmente, aí sim o vírus ‘vai viajar’ internamente e matar muita gente”

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