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VOLTA ÀS AULAS PRESENCIAIS DESAGRADA SINDICATOS E DIVIDE GESTORES

Foto: Banco deimagens / Governo Federal

Redação
Notícias Gerais

O Governo de Minas anunciou, nesta quinta-feira (25/2), o retorno das aulas presenciais no estado, apresentando os critérios de adequação a serem seguidos pelas escolas para atender ao novo protocolo de saúde. O assunto divide opiniões e, diante da polêmica, o Notícias Gerais ouviu a opinião de gestores da educação e também da população em geral, e a maioria é contra o retorno das aulas presenciais no cenário atual da pandemia.

A diretora do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), Alessandra Rosa, é contra as aulas presenciais diante do cenário atual da pandemia da covid-19 no estado. “Não vejo condições do retorno às aulas no atual cenário, na maneira que está prestes a acontecer. Compreendo que é necessário voltar, mas precisamos discutir quando e como. Temos muitas salas de aulas em que o espaço mal comporta o número de alunos, sem contar aquelas que faltam água e os banheiros em condições mínimas de uso. Existem também as dificuldades do ensino híbrido e do transporte público. Ainda que algumas escolas tenham condições e estejam se preparando para isto, é preciso que aconteça em consonância em todas as esferas: municipal, estadual, federal e privada, evitando que se intensifique a desigualdade existente. É um ato extremamente irresponsável pensar nisto no momento em que o Brasil vive a segunda onda e já atinge o número drástico de 250 mil mortes. Não podemos cometer este erro submetendo as pessoas a um risco tão grande, sabendo que estamos tão perto de termos estes profissionais vacinados”, declara.

A Secretária de Educação de Prados, Tatiana Capistrano Silva, também não é a favor. “Sou contra a volta às aulas nesse momento, sem a vacinação de toda a população. Todos estão assustados com toda essa situação, professores, demais funcionários e os pais que não conseguem sentir segurança em enviar seus filhos para um ambiente onde a aglomeração e o contato direto é indispensável. É da natureza da criança abraçar, compartilhar materiais; já consigo imaginar nossas crianças trocando as máscaras na escola. Não, esse não é o momento!”.

A diretora do pré-escolar municipal Branca de Neve, em Dores de Campos, também não sente segurança no retorno das aulas no momento. “Como sou diretora de uma escola de Educação Infantil, tenho meus receios quanto ao distanciamento, tendo em vista a faixa etária das crianças que frequentam esse nível de ensino, que é entre quatro e cinco anos. Impedir que crianças nessa idade se toquem ou mesmo se abracem e beijem é bem complicado; sem contar a dificuldade em manter as crianças com máscaras dentro do ambiente escolar”, destaca.

Em Resende Costa, a Secretária de Educação Silvanda Maria de Resende pondera sobre a necessidade de volta às aulas, porém, destaca que a saúde é prioridade. “Entendo que o retorno às aulas presenciais se faz necessário, tendo em vista o tempo que estamos realizando o ensino remoto. Porém, mesmo sabendo do prejuízo pedagógico, nesse momento temos que pensar na saúde dos nossos alunos, familiares e profissionais da educação. Sendo assim, mesmo tendo um protocolo de volta elaborado, ainda temos que ter cautela nesse retorno. Estamos trabalhando para retornarmos o mais breve possível com toda segurança”, declara.

Outros municípios não se posicionaram a favor, nem contra, afirmando estarem suscetíveis a decisões de esferar governamentais superiores.

É o caso de Barroso. “Nós estamos aguardando a decisão final do governo e os protocolos para nos organizar para a volta às aulas. Não é uma questão de ser contra ou a favor, é uma questão que envolve decisões jurídicas e protocolos de saúde, por isso quando tudo estiver decidido o município de Barroso vai se organizar e preparar para seguir as determinações”, declarou o subsecretaria de comunicação.

Em São Tiago, continuam em vigor as aulas remotas até segunda ordem. “O Município aguarda decisão dos governos Federal e Estadual sobre o retorno das aulas presencias. Por isso, continua valendo a decisão editada no Decreto nº 3.069, de 1º de fevereiro de 2020, por meio do qual permanecem as atividades remotas até o fim do primeiro semestre letivo”, informa a assessoria de comunicação da prefeitura.

Internautas

No perfil do NG no Instagram, foi realizada uma enquete por meio dos stories, que revelou, até às 22h desta quinta-feira, que 76% das pessoas são contra o retorno das aulas presenciais e 24% são favoráveis.

Inagem: Instagram @noticiasgeraisoficial

A reportagem do NG entrou em contato com gestores de outros municípios mas não obteve retorno.

Em seu site oficial, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), divulgou uma matéria denunciando a falta de condições nas escolas da Rede Estadual para o retorno presencial. De acordo com a instituição, as escolas não oferecem a segurança sanitária necessária para um retorno seguro.

“Denunciamos a falta de bebedouros, de salas de aulas adequadas, de mobiliário, o baixo número de Auxiliares de Serviços de Educação Básica, a falta de instalações sanitárias. O Estado está transferindo a responsabilidade para a escola e nós, a população de Minas Gerais, não sabemos quando seremos vacinados”, disse a coordenadora-geral, professora Denise Romano.

Ela reforça, ainda, a importância da cobertura da vacina e da imunidade coletiva para combater a pandemia de Covid-19. “Não transfiram para os profissionais da Educação e para as comunidades escolares a responsabilidade da gestão, porque a população de Minas Gerais quer ser imunizada. Denunciamos a situação de risco que o governo do Estado quer nos impor”, destaca.

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