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O trem turístico que liga as cidades de São João del-Rei a Tiradentes, em Minas Gerais, voltará a circular a partir da próxima sexta, dia 4 de setembro. Administrada pela VLI, a circulação da Maria Fumaça havia sido suspensa preventivamente em 15 de março, com o objetivo de resguardar a saúde dos passageiros e dos empregados da empresa em razão do risco de disseminação da Covid-19.

Há exatos 139 anos, D. Pedro II desembarcava em São João del-Rei para inaugurar a Estrada de Ferro mais querida da região. E o Notícias Gerais foi até Antônio Carlos, o marco zero da ferrovia, para saber como anda a preservação da sua memória.

A Banda de Música do 9º BPM fez uma apresentação, nesta terça, na Praça da Maria Fumaça, no município de Antônio Carlos, local considerado o marco zero da Estrada de Ferro Minas do Oeste (Efom), construída em 1880 e inaugurada por D. Pedro II no ano seguinte.

Quem passou pela avenida principal do bairro Águas Santas, em Tiradentes, esta semana, se deparou com uma grata surpresa: as obras de restauração da Estação Ferroviária Cesar de Pina já recuperaram o ritmo inicial e o imóvel tombado pelo como patrimônio histórico pelo município já está tomando forma e voltando a sua originalidade.

A casa onde vivo hoje, em Barbacena, na Rua José de Alencar, no bairro Jardim, fica a menos de 50 metros de onde passavam os trilhos da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), a não mais de 150 metros do antigo viradouro dos trens, próximo da Ponte Seca, e a coisa de 200 metros do túnel Alberto Bernini, o único da linha inaugurada por D. Pedro II, em 1881.

Os moradores de Tiradentes e região esperam há tantas décadas pela restauração da Estação Cesar de Pina que nem se abalaram com as notícias de que a conclusão da obra, prevista inicialmente para novembro, vai demorar mais um pouquinho. A expectativa para o novo uso da edificação histórica é tão grande que supera qualquer impasse: se cumprir o previsto no projeto, Cesar de Pina vai unir passado e futuro na região. E isso agrada muito.

Autor do livro “Memória Ferroviária”, o professor, pesquisador e escritor tiradentino Luiz Antônio da Cruz sabe o quanto a ferrovia e a cultura brasileira – especialmente a mineira - estão entrelaçadas. E compreende o quanto cada estação desativada deixa sequelas na história do país e dos seus habitantes.