Início Gerais Economia SALDO POSITIVO DAS EXPORTAÇÕES CHEGA EM MIGALHAS AOS TRABALHADORES, DIZ SINDMETAL

SALDO POSITIVO DAS EXPORTAÇÕES CHEGA EM MIGALHAS AOS TRABALHADORES, DIZ SINDMETAL

Ação do Sindmetal com os trabalhadores das fábricas no Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
(Foto: reprodução – rede social)

Kamila Amaral
Notícias Gerais

Nesta quarta (28/4) é celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São João del-Rei (Sindmetal) estiveram, desde o início da manhã, visitando as fábricas e desenvolvendo ações junto aos trabalhadores. E, procurados pela reportagem do Notícias Gerais, comentam sobre os resultados positivos do comércio exterior são-joanense.

O boletim do Comércio Exterior em São João del-Rei, publicado pelo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Economia (NEPE/UFSJ), mostrou que a cidade teve saldo positivo de US$8,24 milhões na balança comercial durante os primeiros três meses de 2021. Apesar de ter sido o pior índice já registrado na série histórica, em nenhum momento da pandemia o comércio exterior são-joanense apresentou saldo negativo. Na cidade, os resultados positivos do comércio exterior vem, principalmente, dos setor metalúrgico e siderúrgico.

“Infelizmente, esse lucro que as empresas têm tido aí nos últimos anos, só vem migalhas para a classe trabalhadora. Em meses de negociação, as empresas sempre afirmam estar com dificuldades econômicas, porém sabemos que essa informação não é real, visto inclusive o que é noticiado pelo veículos de comunicação e pela fala de alguns empresários do ramo quando – em palestras – apresentam os números das empresas”, comenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São João del-Rei (Sindmetal), Gilberto Cardoso. 

O setor metalúrgico e siderúrgico, inclusive em São João del-Rei, foi um dos que não parou em nenhum momento desde o início da pandemia. Entretanto, mesmo com os resultados positivos dessas atividades, conseguir reajuste salarial, cartão alimentação, abono e até mesmo possível participação nos lucros e resultados aos trabalhadores demandou muita luta do sindicato. 

“Em alguns momentos, nesses 14 meses, o que foi possível negociar também foram licenças remuneradas, férias coletivas, benefício emergencial como complemento de possíveis perdas salariais e protocolos para que as empresas viessem a cumprir”, acrescenta Cardoso.

Os casos de Covid-19

Outra preocupação do Sindmetal durante a pandemia tem sido o alto índice de infecção pela Covid-19 nas fábricas. O presidente do sindicato elenca algumas situações que o levam a acreditar que a média de contágio nas fábricas é maior do que a da população em geral, sendo elas: o transporte de ida e vinda dos trabalhadores, as aglomerações nos locais de trabalho, como galpões, refeitórios, vestiários e o compartilhamento de ferramentas e maquinário.

“No que se refere à pandemia, o sindicato buscou sempre negociar as medidas de saúde e segurança do trabalhador com as empresas, entre elas o isolamento social, o uso de máscara, testagem em massa e vacinação para todos”, destaca o presidente do Sindmetal.

Além de cobrar a adoção de medidas eficientes por parte das empresas, Cardoso também destaca a importância dos governos, federal, estadual e municipal, cumprirem seus papéis no combate à pandemia.

“Infelizmente, o negacionismo, a falta de planejamento, o boicote por parte do Governo Federal (…), as medidas ineficazes de saúde somado a ganância dos patrões nos colocam em uma realidade de mais de 390 mil óbitos e quase 4,5 milhões de contaminados, sendo a maioria deles trabalhadores e o povo pobre de periferia. Então, o sindicato nosso não pode de forma alguma, junto com a União Sindical, admitir o que está acontecendo aqui na nossa região, no estado e no Brasil”, finaliza.

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