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QUER CONHECER A AMAZÔNIA? BAIXE AQUI O NOVO LIVRO DO JORNALISTA ROGÉRIO ALMEIDA

Por Bispo do Rosário
Especial para o Notícias Gerais


Um conjunto pulsante de relatos colhidos direto do front, o livro Amazônia(s): pequenas inflexões sobre grandes abacaxis reúne 53 artigos agrupados em cinco seções: Amazônia, Nas terras dos Carajás, Caso Dorothy, Comunicação em pauta e Licenças nem tão poéticas.

A obra é uma produção da Editora Iguana, originada no sudeste do Pará. Obra e editora são iniciativas fora do eixo. Um intento alinhado à vida dos segmentos historicamente marginalizados. Um sopro de denuncia, urgência, ternura e poesia conferem ao livro certa unidade.

Assinada pelo educador Rogerio Almeida, da Universidade Federal do Oeste do Pará, boa parte do conteúdo tem como origem uma coluna no site do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), ong com sede no Rio de Janeiro, fundada pelo sociólogo Betinho [Herbert de Souza].

Em textos curtos, carregados em dados, algumas inflexões acadêmicas untadas por doses de ironia, o autor narra as disputas pela terra no Bico do Papagaio (sul do Pará, norte do Tocantins e oeste do Maranhão), e outros fronts. Os alinhavos contemplam a saga de camponeses em defesa de seus territórios, bem com as pelejas da categoria com a mineradora Vale, e questionamentos sobre a parcialidade e as limitações da mídia ao tratar temas complexos na Amazônia.

Os escrevinhamentos ligeiros de Almeida contextualizam as violências protagonizadas por fazendeiros, madeireiros, jagunços, pistoleiros e órgãos de segurança e a parcialidade do judiciário nestas tramas. Este, – via de regra – célere em expedir medidas de reintegração de posse, e, moroso em apurar chacinas e execuções de camponeses e seus apoiadores.

Apesar da região do Bico do Papagaio configurar o principal ambiente do conjunto de textos, constam inquietações sobre o Baixo Tocantins, Baixo Amazonas, Belém e São Luís, e algumas licenças poéticas [pura pretensão] fora do esquadro das disputas territoriais e simbólicas que cercam a região.

Algumas narrativas alumiam intervenções das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e Comissão Pastoral da Terra (CPT), e sobre o caso do assassinato da missionária Dorothy Stang.   Ao lado do Movimento de Educação de Base (MEB), as CEBs e a CPT encarnaram a santa trindade da fração da Igreja Católica aliada à luta camponesa. Prática que iniciativas como a encíclica  Laudato si e o Sínodo Pan amazônico buscam recuperar.

Os dias manifestam-se tensos na fronteira amazônica. De novo, no front, tem-se o aprofundamento da hegemonia dos setores mais retrógrados da sociedade nos mais variados campos. Em ações marcadas pelo obscurantismo, a aversão à educação, à cultura e à arte, onde frações de classe ameaçam as parcas conquistas consagradas na Constituição de 1988, em franco discurso de ódio a indígenas, quilombolas e campesinos, entre outros.

É tempo de resistir, como realça o artigo que trata do Boletim Resistência, periódico editado pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH), em tempos sombrios, na capital do Pará.

Sobre o autor

Rogerio Almeida é maranhense de São Luís/MA. É devoto do samba, maracatu, jongo, ciranda, tambor de crioula e outras manifestações de matriz africana. Possui graduação em Comunicação Social pela UFMA. Cursou especialização e mestrado em Planejamento do Desenvolvimento pelo NAEA/UFPA. Atualmente cursa doutorado em Geografia Humana, DINTER USP/UNIFESSPA/UFOPA e IFPA. É professor do Curso de Gestão Pública e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

É autor de Araguaia-Tocantins: fios de uma História camponesa, Pororoca pequena: marolinhas  sobre a(s) Amazônia(s) de Cá e coordena a série Arenas Amazônicas, coleção em três volumes I – Mulheres, negros e periferia em Belém, II – Grandes projetos, e III – Comunicação Alternativa [em produção]. Todos podem ser baixados gratuitamente.

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