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PANDEMIA AQUECE MERCADO IMOBILIÁRIO DE SÃO JOÃO DEL-REI

Foto: Wanderson Nascimento / Notícias Gerais

Redação
Notícias Gerais

A pandemia da covid-19, com o o consequente isolamento social, ressignificou a relação das pessoas com suas casas. O home office ganhou espaço, bem como as aulas pela internet, aumentando o tempo dos moradores em suas residências e provocando uma reavaliação deles em relação ao espaço onde moram. Em consequência, houve um impacto no mercado imobiliário.

O Notícias Gerais procurou alguns corretores de imóveis de São João del-Rei para avaliarem como a pandemia impactou no mercado imobiliário no município. Guilherme Augusto e Bruno Carvalho afirmam que, no início da pandemia, houve um efeito negativo sobre o setor, quando o comércio ficou fechado, mas esse cenário logo mudou. “Com o tempo foi tendo uma boa retomada, pois investimentos já não estavam muito viáveis e com bons retornos. Grande parte das pessoas começou a olhar para os imóveis como um investimento mais seguro e lucrativo. Sempre se valorizam e alguns ainda rendem a locação”, declaram.

Eles afirmam que houve um aumento de cerca de 15% nas vendas, principalmente financiadas. “Quem buscava por financiamento habitacional teve uma boa notícia com a taxa Selic em torno de 2%, tornou o financiamento viável para muitas pessoas. Já quem tinha investimentos (banco/bolsa de valores) optou por investir em lotes/imóveis onde o retorno é garantido, por se tratar de um bem que sempre se valoriza em condições normais, além de alguns empreendimentos renderem também o retorno de locação”, explicam.

Além da venda, o aluguel de imóveis também ficou mais lucrativo e, apesar da diminuição da população flutuante no município, com o retorno de muitos estudantes de fora para suas cidades, a locação continuou aquecida. “No aluguel também houve um aumento em torno de 20%. Várias repúblicas se desfizeram devido ao valor do imóvel ser mais caro e parte dos estudantes tiveram que voltar a sua cidade de origem, mas a procura por imóvel de menor valor foi grande e vários que moravam sozinhos decidiram se juntar com amigos para a famosa ‘rachadinha do aluguel'”, contam.

Não só o aumento da venda e dos aluguéis movimentou o mercado imobiliário. Os imóveis residenciais também valorizaram. No entanto, os comerciais, por motivos óbvios, sofreram uma desvalorização, com a maior oferta e menor procura. Os aluguéis, apesar de sofrerem aumento da procura, também tiveram queda no preço. “Em alguns casos ocorreu aumento de aproximadamente 17%, já na locação, apesar de ter procura, houve uma desvalorização de aproximadamente 20%, principalmente em imóveis comerciais”, destacam.

Em 2021. de acordo com os corretores, essa tendência se manteve, com um pequeno aumento, tanto na procura por imóveis para venda e locação, quanto no preço.

Mercado imobiliário brasileiro

Mesmo com a crise econômica, em nível nacional o setor também sofreu uma expansão, com a necessidade das pessoas por mais espaço. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as vendas de imóveis residenciais novos no país totalizaram 189.857 unidades em 2020, o que representa um crescimento de 9,8% em comparação com 2019. Segundo a entidade, essa expansão das vendas foi motivada pelo ambiente de juros baixos e maior incentivo à aquisição de imóveis para moradia ou investimentos.

Por sua vez, os lançamentos de imóveis novos no país totalizaram 151.782 unidades em 2020, queda de 17,8% em relação 2019. Essa queda aconteceu, segundo a CBIC, devido ao adiamento de muitos projetos por conta das restrições para o funcionamento do comércio e as incertezas econômicas que preocuparam empresários.

A instituição prevê a continuidade desse crescimento no ano de 2021, projetando um aumento de 5 a 10% em relação a 2020, considerando a expectativa de um crescimento em torno de 3,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, avanço de reformas como a administrativa e a tributária, e a manutenção das taxas de juros do financiamento imobiliário em patamares baixos.

A preocupação para este ano, entretanto, é com os preços dos insumos e o risco de desabastecimento de produtos. Segundo o presidente da CBIC, José Carlos Martins, isso faz com que o setor “tenha medo de fazer lançamentos”, principalmente, no Programa Casa Verde e Amarela, em que há uma margem de ganho menor.

Com informações do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (CRECI/MG)

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