Início Gerais Cotidiano HOJE É DIA NACIONAL DE LUTA PELA VACINAÇÃO DOS JORNALISTAS

HOJE É DIA NACIONAL DE LUTA PELA VACINAÇÃO DOS JORNALISTAS

Wanderson Nascimento
Notícias Gerais

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) promove, nesta quarta-feira (9/6), o Dia Nacional de Luta pela Vacinação dos Jornalistas. O objetivo é reforçar as ações pela inclusão dos profissionais da mídia entre os grupos prioritários de imunização contra a Covid-19 que estão na linha de frente cobrindo a pandemia do coronavírus.

Para reforçar todas as iniciativas em andamento, a FENAJ convoca os trabalhadores para que se vistam de azul, nesta quarta, postem as fotos em suas redes e marquem a Federação, os sindicatos e o Ministério da Saúde, responsável por definir as categorias prioritárias para a vacinação, com as hashtags #VacinaAImprensa #VacinaParaJornalistas #VacinaJá.

A partir das 10h iniciou-se o tuitaço e instagramaço da categoria, com o objetivo de chamar a atenção da população em geral para a necessidade de vacinação dos trabalhadores da mídia. Também foi disponibilizado um avatar pedindo a vacinação dos jornalistas.

Às 19h10, Fenaj e Sindicatos filiados promovem a live #VacinaAImprensa, como parte da programação do Dia Nacional de Luta pela inclusão de jornalistas nos grupos prioritários de vacinação. O evento virtual tem a participação do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), do diretor do departamento de Saúde da FENAJ, Norian Segatto, e do presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Moacy Neves. A atividade será conduzida pela presidenta da FENAJ, Maria José Braga, e transmitida pela página da instituição no Facebook.

9 de junho é o dia nacional de luta pela vacinação dos profissionais da imprensa, campanha alavancada pela Fenaj

A Diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal também foi às ruas em ato simbólico pela inclusão dos jornalistas nos grupos prioritários de vacinação contra a Covid-19. Em atividade em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, os dirigentes aguardavam para ser recebidos pela assessoria do governador Ibaneis Rocha. Diversas manifestações também foram realizadas em outros estados. Confira no vídeo abaixo:

Atividade essencial

As atividades e os serviços de imprensa foram definidos como essenciais, pelo governo federal, como medida de enfrentamento à pandemia de covid-19, há mais de um ano, ainda no mês de março de 2020. Desde o início do contágio pelo novo coronavírus no Brasil, a imprensa vem desempenhando um trabalho árduo de cobertura de todos os fatos, garantindo a todo cidadão e cidadã o acesso à informação correta e de fontes confiáveis. O jornalismo profissional também vem ajudando a combater a circulação das chamadas “fake news” e, consequentemente, contribuindo para salvar vidas.

Tendo em vista essa situação, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), ainda em janeiro deste ano, antes de se iniciar a vacinação, orientou os 31 Sindicatos de Jornalistas filiados a se dirigirem aos governos estaduais para solicitarem a inclusão dos jornalistas entre os grupos prioritários de imunização contra a covid-19. Na circular com a orientação, enviada às entidades em 13/01, a instituição ressalta que a atividade jornalística foi, desde o início da crise sanitária mundial, incluída nos decretos Federal (Decreto 10.288, de 22 de março de 2020) e estaduais como essencial.

Conforme o último relatório divulgado pelo Departamento de Saúde e Previdência da Federação, o novo coronavírus já matou 169 jornalistas, desde o começo da pandemia até o mês de março desse ano. Segundo outras fontes, a Covid-19 mata mais de um jornalista por dia na América Latina, região onde a pandemia é mais fatal para a imprensa. O Brasil é o segundo nesse ranking, atrás apenas do Peru.

Jornalistas são vacinados no Mato Grosso e Maranhão

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Itamar Perenha, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor). Foto: Gilberto Leite / Divulgação

Com objetivo de fazer jus à inclusão da imprensa como atividade essencial, alguns sindicatos de jornalistas já tomaram a iniciativa de reivindicar a vacinação dos profissionais. É o caso do Maranhão e Mato Grosso.

A vacinação de profissionais da imprensa cuiabana teve início no dia 27 de maio. A inclusão da categoria foi anunciada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB/MT), nove dias antes. Ele declarou que reconhece a atividade jornalística como essencial durante a pandemia, já que os profissionais atuam na linha de frente do combate ao vírus.

No Maranhão, a decisão foi tomada pelo governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB/MA). De acordo com matéria do G1, no entanto, a inclusão aplica-se apenas aos profissionais da capital, São Luís. A aplicação da primeira dose teve início no dia 28 de maio. Podem receber o imunizante os profissionais que trabalham em empresas de comunicação, como os jornalistas, assessores de imprensa, publicitários, fotógrafos, administradores, motoristas e auxiliares de serviços gerais.

Em entrevista exclusiva ao Notícias Gerais, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor), Itamar Perenha, falou sobre a vacinação em Cuiabá.

De acordo com Itamar, o Sindjor protocolou, ainda no dia 29 de janeiro, um expediente ao governador do Estado, que já havia reconhecido, via decreto, a atividade jornalística como essencial, reproduzindo, a base do decreto do governo federal.

Ele afirma que a taxa de contaminação de jornalistas no estado é alta. “Em pesquisa realizada, constatamos que 55% da nossa categoria profissional, no Mato Grosso, foi contaminada pela covid-19, com 16 falecimentos na área de comunicação e 5 da linha de frente do jornalismo”, declara.

Além de serem propensas vítimas, a pesquisa também constatou que os jornalistas são disseminadores em potencial do vírus. Perenha fala sobre os diferentes níveis de exposição dos profissionais da comunicação. Há o pessoal de contato de 1ª linha: repórteres de todos os meios que vão a Hospitais, Unidades de Pronto Atendimento, Enfermarias e até cemitérios. “No jargão, ‘cavacos do ofício'”. O pessoal da 2ª linha de contato são os editores de textos, de imagens ou da área de manutenção, que mantêm contato para aferir matérias, captar detalhes importantes e elaborar o produto final. “Depois, o pessoal que faz trabalho remoto, bem menos sujeito à contaminação no ambiente de trabalho, mas, mesmo assim, com os riscos inerentes à movimentação”, explica.

Itamar destaca que, além da justificativa de que se trata de uma atividade essencial, a própria realidade ajudou a justificar a vacinação dos profissionais, com notícia frequente de jornalistas vítimas da covid-19. “Encaminhamos o pedido à prefeitura com embasamento em dados e pela facilidade de constatação do que se retratou pelo obituário em que se transformaram os grupos de whatsapp gerenciados pelo Sindjor”, relata, enfatizando, ainda, que também foi justificada a necessidade pelo alto risco de agente superdisseminador dos jornalistas.

Com a decisão de se vacinarem os profissionais, o Sindjor iniciou um levantamento da quantidade de jornalistas que estariam aptos a serem vacinados e, consequentemente, de doses necessárias. “Como os dados constantes do Cadastro do Sindicato poderiam estar desatualizados fizemos circular um arquivo pela internet solicitando que a categoria preenchesse um questionário para que pudéssemos chegar ao quantitativo vacinal”.

Além dessa iniciativa, foi averiguada a efetiva participação dos profissionais nas mais diversas situações e condições. Um canal de processamento, utilizando o whatsapp foi construído para facilitar o trabalho de captação, conferência das informações e checagem de domicílio, pois a vacina só pode ser feita no município onde o cidadão tem residência.

MP recomendou evitar a vacinação de jornalistas

De acordo com Itamar, o Ministério Público fez uma decisão recomendatória para evitar a vacinação, no entanto, ele afirma que “se trata de um assunto da esfera municipal já que o SUS tem gestão tripartite e a dinâmica da covid só é mais bem conhecida nas comunidades que têm poder decisório quanto as medidas mais propícias para reduzir ou impedir o contágio, tanto quanto possível, neste momento epidemiológico”.

O presidente do Sindjor finaliza com uma pergunta retórica que, segundo ele, sintetiza a base legal e técnica para a vacinação dos jornalistas. “De que adiantaria reconhecer a essencialidade dos nossos serviços se esta não fosse posta em prática?”, questiona.

“Não se estimulou em qualquer circunstância o oportunismo vacinal e os estamentos mais suscetíveis são passíveis de receberem a vacinação para reduzir a contaminação viral. Estamos em contato com outras prefeituras que pretendem aderir à iniciativa, com as mesmas cautelas adotadas em Cuiabá”, conclui.

Sem retorno do Sindicato dos Jornalistas de MG

A reportagem do Notícias Gerais entrou em contato com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais por e-mail e por WhatsApp, mas, após oito dias, não recebeu retorno sobre a luta pela vacinação dos jornalistas do estado. Se e quando houver um retorno, será adicionado nesta matéria.

O portal segue disponível para ouvir o posicionamento da entidade mineira.

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