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EM GREVE, PROFESSORES DA REDE ESTADUAL ESPERAM ADESÃO DE OUTRAS CATEGORIAS EM 18/3

Em assembleia dos trabalhadores da rede estadual de ensino de São João del-Rei, no dia 6/2, foi aprovada a criação de um Comando de Greve para organizar a mobilização. (Imagem: Sind-Ute/Reprodução)

Por Kamila Amaral
Especial para o Notícias Gerais

Várias categorias de servidores públicos federais, dos estados e municípios discutem a construção de uma greve unificada a ser deflagrada no dia 18 de março. Na dianteira do processo, os professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais já paralisaram suas atividades desde o dia 11 de fevereiro. As reivindicações da categoria são o reajuste salarial e medidas contra a diminuição dos postos de trabalho para profissionais da educação.

Janaine Carvalho Ferreira, coordenadora da subsede do Sind-Ute, em São João del-Rei, explica que há vários anos os governos mineiros não têm investido o mínimo de 25% em educação. “Nós, trabalhadores da rede estadual, estamos desde 2017 sem reajuste (salarial), com quatro anos já de defasagem”, afirma. 

Ela conta que em 2018 foi criada uma emenda na Constituição que assegura o pagamento do piso salarial aos professores. “Só que, assim como Fernando Pimentel (PT), o Governo Zema (NOVO) não vem cumprindo isso”, ressalta a professora.

Sobre as diminuições dos postos de trabalho, a coordenadora do Sind-Ute em São João del-Rei afirma que a forma como o governo vem gerindo a educação contribui diretamente nesse quadro. 

“O que a gente tem notado é uma clara intenção, não só do Governo Zema (NOVO), mas também do Governo Federal, de cada vez mais sucatear a educação pública e de fazer com que ela se torne privada”, declara Ferreira.

“Muita fusão de turma com esse sistema de matrículas online, que fez com que as demandas fossem canalizadas mais para as escolas centrais (…). Então o que a gente está observando é uma superlotação das escolas centrais e um esvaziamento das escolas mais afastadas e dos distritos, e isso vem ocasionando problemas para nós, trabalhadores da educação” afirma.

Nenhum desses problemas é visto pelo sindicato como acidental e nem inadequado para o governo. “O que a gente tem notado é uma clara intenção, não só do Governo Zema (NOVO), mas também do Governo Federal, de cada vez mais sucatear a educação pública e de fazer com que ela se torne privada”, declara Ferreira. 

Segundo ela, algumas medidas nesse sentido já vêm sendo tomadas, como, por exemplo, algumas parcerias públicos-privadas para oferecer ensino integral, em que recursos públicos são destinados para as empresas privadas ao invés de serem investidos diretamente na rede estadual. 

Uma assembléia geral dos professores da rede estadual está marcada para 5 de março, em Belo Horizonte. Nesse mesmo dia, ainda na capital mineira, representantes do sindicato e do Governo Estadual se reúnem para discutir as reivindicações da categoria. 

Rumo à greve nacional unificada

Servidores da UFSJ e do IFES Sudeste dicutiram, na semana passada, a adesão das suas categorias à greve unificada, prevista para começar no dia 18/3. (Imagem: Kamila Amaral/Notícias Gerais)

Está prevista para ser deflagrada no dia 18 de março uma Greve Nacional da Educação, onde serão suspensas as atividades de todos os níveis de ensino. Em análise do contexto nacional, Ferreira falou sobre a possibilidade de greve nos correios, nas instituições de ensino superior e outros. 

“Esses movimentos vão se unificar e é necessário, o Governo Federal e o Governo de Minas, que estão alinhados, têm toda a intenção de acabar com o serviço público, tornar esse setor privado. Nós entendemos que tudo aquilo que é explorado pelo setor privado tem como objetivo o lucro, diferente do setor público que é prestar um serviço à população”, finaliza.

UFSJ e IFES Sudeste discutem greve

Na semana passada, servidores da Universidade Federal de São João del-Rei e do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, Campus São João del-Rei, se reuniram para discutir a construção de uma possível greve nas instituições e a forma como a mesma deveria ser estruturada. 

Denilson Carvalho, coordenador do Sindicato dos Servidores Técnicos-Administrativos da UFSJ (Sinds-UFSJ), ressaltou que o ideal é que ocorra “uma greve de ocupação e não de esvaziamento”. 

O coordenador da Assistência Estudantil do IF Sudeste, Diogo Pereira Marques, apresentou propostas do atual governo que afetam diretamente os servidores públicos do país. 

São elas as Propostas de Emenda Constitucional (PEC) 186, 187 e 188. Para Marques, todas elas têm um ponto em comum. “No fim, tudo sempre volta para questão da dívida pública do país”, afirmou o servidor.

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