Início Gerais Economia EDUCAÇÃO FINANCEIRA É FUNDAMENTAL PARA A INDEPENDÊNCIA FEMININA, DEFENDE PLANEJADORA

EDUCAÇÃO FINANCEIRA É FUNDAMENTAL PARA A INDEPENDÊNCIA FEMININA, DEFENDE PLANEJADORA

Priscila Lelis, planejadora financeira. Foto: Arquivo pessoal.

Kamila Amaral
Notícias Gerais

As discussões sobre finanças, investimentos, planejamento financeiro e familiar são, há muito tempo, voltadas para um público específico. Normalmente, homens com uma condição financeira mais elevada. Isso perpetua uma série de problemas e desigualdades.

A planejadora financeira, Priscila Lelis, revela que, atualmente, 47% dos lares brasileiros são comandados por mulheres, no entanto, “a confiança da mulher em relação às finanças não cresce na mesma proporção”.

Muito dessa insegurança feminina sobre pontos financeiros vem das sequelas do machismo e do sistema patriarcal. “Antigamente a mulher tinha que cuidar de casa e filhos. O homem é que cuidava do dinheiro”, cita Lelis.

A planejadora financeira destaca que essa realidade mudou, mas não completamente. Outra dificuldade encontrada pelas mulheres em assumir o protagonismo financeiro em suas vidas está na questão da linguagem, comenta Priscila.

“A mulher ainda tem que enfrentar a dupla jornada, porque ela ainda acaba fazendo muito mais do “trabalho não remunerado” que o homem. No fim do dia, ela não vai ter condições de ler e estudar sobre algo que esteja em uma linguagem que ela não conhece”, analisa. 

Um empecilho que pode levar as mulheres a depender financeiramente dos parceiros ou de terceiros está ligado com as questões de classes sociais, além dos vínculos de gênero. “Planejamento financeiro é um planejamento de vida… e todo mundo tem uma vida. Não é só para quem tem um valor ‘X’ para investir, educação financeira é uma forma de conquistar objetivos a curto, médio e longo prazo”, defende Lelis.  

Causa e efeitos

Se os motivos que levam as mulheres a terem menos domínio e conhecimento sobre finanças já são problemáticos, os efeitos tendem a ser ainda mais críticos. “A maioria das mulheres que não se separam, que são expostas a violência doméstica, que são expostas a relacionamentos abusivos e não saem deles é por questão financeira”, reflete Priscila.

Ela explica que os efeitos da independência financeira da mulher podem ser benéficos nas relações familiares tanto a curto quanto a longa prazo, já que além de “libertar” a mulher do relacionamento, mostra também aos filhos que a igualdade de gênero em casa é possível. “Os filhos que crescem em um ambiente onde o ‘poder’ é desigual tendem a perpetuar essa desigualdade”, destaca. 

O relatório da ONU Mulher, intitulado “O Progresso das Mulheres no Mundo 2019-2020: Famílias em um mundo em mudança” e publicado no ano passado, abordou as transformações que as famílias vêm sofrendo ao longo dos anos. “Não tem mais um padrão de família, tem uma mudança de papéis nos membros da família. Inclusive, do papel da mulher e da menina na família”, ressalta a planejadora financeira.

Planejamento financeiro feminino e pandemia

Lelis, cuja atuação está voltada para a consultoria financeira feminina, conta que tem recebido uma demanda maior de trabalho durante a pandemia. “Eu recebi um número muito grande de mulheres, porque bateu um desespero de ‘não sei o que fazer’. Todos os ramos foram afetados”, diz.

Neste domingo (12), às 17h, a planejadora financeira participará de uma live sobre o tema “Independência financeira, ferramenta de transformação da realidade da mulher”.

Entre os tópicos abordados estarão a individualidade feminina, ou seja, a visão da mulher como um ser solo e não necessariamente, associado a outro alguém e também “as questões de confiança em relação as finanças, o quanto a segurança financeira muda a realidade dela e das pessoas próximas a ela”, finaliza Lelis.

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