Início Opinião Crônica DIÁRIO DE UM FERIADO PROLONGADO DO CARNAVAL ATÉ O NATAL

DIÁRIO DE UM FERIADO PROLONGADO DO CARNAVAL ATÉ O NATAL

Lara Helena S. Martins *

Não sei vocês, mas eu me encontro desnorteada, já não sei mais qual é o dia da quarentena e muito menos o dia da semana. Quando penso em isolamento social surgem vários pensamentos, entre eles destaco que é uma boa oportunidade para desenvolver o autocuidado e também o cuidado com o próximo, mas em outro extremo me vem um receio, de que maneira vou lidar com o “meu eu” durante esse período.

E pensar que sempre estivemos tão perto das pessoas e tão distante ao mesmo tempo, devido a vontade excessiva de viver a vida online, como diz a atriz e diretora Maria Ribeiro: “Por incrível que pareça, nunca estivemos tanta possibilidade de esta perto”. Perto da gente, perto da nossa família que afinal quanto tempo eu não almoçava com minha mãe ou assistia algum filme juntas, são esses pequenas alegrias que consegui tirar desse tempo de confinamento…

Sim, um trecho de uma crônica que comecei a escrever bem lá no começo sabe, ainda iludida que essa pandemia duraria no máximo dois meses. Pedimos tanto um feriado prolongado do carnaval até o natal que o universo ouviu e mandou. Quem diria que aqueles planos e promessas que fiz para minha vida na virada do ano mudaria tudo, e dessa vez não foi por minha tão grande culpa.

Pedimos tanto um feriado prolongado do carnaval até o natal que o universo ouviu e mandou. Quem diria que aqueles planos e promessas que fiz para minha vida na virada do ano mudaria tudo, e dessa vez não foi por minha tão grande culpa.

Que loucura, quanta coisa aconteceu, no começo achei que ficaria louca, o bombardeio de notícias, o presidente que só dizia abobrinhas, a mudança radical de rotina, tudo isso me assustou bastante, como assim eu teria que ficar em casa todos os dias sem poder trabalhar nem estudar nem fazer nenhuma outra coisa que eu gosto por causa de um

Vírus? Ficar em casa por livre e espontânea vontade tudo bem, agora ficar em casa obrigada não dava para entender legal, mas eu fiquei em lockdown total por três meses, até que as coisas começaram a ficar difíceis financeiramente e comecei a trabalhar fora, a ter contato com outras pessoas que também tinham contato com outras pessoas, o cuidado foi redobrado não queria de maneira alguma trazer essa doença pra casa, tenho pessoas do grupo de risco que moram comigo. Com o trabalho consegui “esquecer” um pouco o que estava acontecendo no mundo, tinha outras coisas para focar e ocupar a mente, senti um pouco de alívio.

Mês passado era março e já estamos em dezembro? Como assim? Oito meses se passaram num piscar de olhos e a sensação é que tudo foi perdido no espaço, restaram alguns traumas, aprendizados e as pessoas deixaram o vírus cair no esquecimento, passaram a viver suas vidas normalmente como a volta ao serviço depois de um feriado prolongado.

Mês passado era março e já estamos em dezembro? Como assim? Oito meses se passaram num piscar de olhos e a sensação é que tudo foi perdido no espaço, restaram alguns traumas, aprendizados e as pessoas deixaram o vírus cair no esquecimento, passaram a viver suas vidas normalmente como a volta ao serviço depois de um feriado prolongado.

* É estudante de Comunicação – Jornalismo da UFSJ e produziu este texto sob a orientação do professor Paulo Caetano para a disciplina Produção Textual.

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