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APROVADO EM TRÊS DOUTORADOS NOS EUA, SÃO-JOANENSE BUSCA APOIO PARA SEGUIR ESTUDOS

Octávio Deluchi tem 24 anos e foi aprovado em três seleções de Doutorado nos EUA. (Foto: arquivo pessoal)

Wanderson Nascimento
Notícias Gerais

O jovem músico são-joanense Octávio Ferreira Deluchi Cerqueira da Silva tem 24 anos e foi aprovado no programa de doutorado de três universidades importantes nos Estados Unidos. Em entrevista ao Notícias Gerais, ele conta um pouco de sua trajetória e também sobre o apoio de que necessita para seguir seus estudos.

Octávio foi aprovado no programa de doutorado em três importantes instituições de ensino nos Estados Unidos – todas elas com bolsas de alto valor, e, em pelo menos duas delas, em primeiro lugar. As instituições foram: Johns Hopkins University, em Baltimore; Manhattan School of Music, em Nova Iorque; e Stony Brook University, em Stony Brook, Long Island, no Estado de Nova Iorque.

“Optei pela última, pela oferta feita, e acima de tudo, pelo orientador que terei, um grande músico brasileiro internacionalmente renomado, João Luiz Resende Lopes”, destaca.

Apesar de ter a bolsa, os valores não cobrem todos os custos necessários, uma vez que os valores de moradia, alimentação, transporte e afins são bastante caros, ainda mais considerando a cotação atual do dólar.

Além da bolsa de estudos integral, também foi oferecido a ele um cargo de professor assistente (Graduate Teaching Assistant), que foi o fator decisivo que viabilizou sua ida, podendo cobrir os custos de moradia e de vida.

No entanto, ele só vai ocupar o cargo a partir de 2022, portanto, tem o desafio de custear os gastos iniciais e de manutenção para o primeiro semestre, entre agosto e dezembro, uma vez que ainda estará se estabelecendo no local, para então se associar a alguma instituição enquanto professor, e em 2022, como professor assistente no doutorado.

Assim como no Brasil, o Doutorado tem duração média de quatro anos, com prazo mínimo de três, e máximo de cinco anos.

Octávio e seu orientador do mestrado, Dr. Robert Trent (Foto: arquivo pessoal).

Histórico musical

Apesar de ser nascido em São João del-Rei, ele iniciou seus estudos musicais em Prados, cidade onde cresceu, na instituição centenária da Lira Ceciliana.

“Passei pela Lira em algum momento, e isso se deu nos primeiros anos como morador da cidade. Após conhecer a instituição, fiquei bastante feliz com a área da música, e fui procurando cada vez mais me especializar”, afirma.

Com isso, Octávio participava dos cursos de inverno, projetos extensionistas de universidades públicas, como o próprio Inverno Cultural da UFSJ, ou o Festival de Música de Prados, promovido por meio de parceria da USP com a Lira Ceciliana. O jovem participou intensamente do cenário musical em Prados.

“Fui me envolvendo cada vez mais no meio musical da cidade, com participação em bandas de rock com amigos, música popular, e até blocos de carnaval”, declara.

Em 2011, Octávio conheceu outro curso de extensão da UFSJ, o Vivências Musicais, no qual ingressou e ficou por quatro anos, tendo aulas semanalmente, até 2015 – sendo aprovado, assim, como estudante do ensino superior.

“Depois disso, foquei nos estudos de violão clássico, e muitas portas se abriram, como professor do instrumento, artista, violonista, entre outras coisas”, pontua.

Desde então, ele também participou de muitos eventos locais e nacionais desde então. Em 2019, se mudou para os EUA, por conta da aprovação no mestrado, que concluiu este ano.

“Portanto, me graduei pela UFSJ, fiz mestrado pela RU (Universidade de Radford), e agora vou para o Doutorado na Universidade de Stony Brook“, elenca, afirmando que, ao longo desses 10 anos, foi orientado por professores renomados.

“A formação foi bastante diversa e não-linear, como a grande maioria das carreiras (acredito), mas no caminho fui administrando os caminhos que tinha interesse, com as oportunidades que apareceram”, explica.

Importância da cultura e do ensino público

Octávio, apesar da pouca idade, já tem uma carreira acadêmica e profissional promissora. Ele demonstra sua gratidão ao ensino público e gratuito a que teve acesso no Brasil, além da importância do investimento em cultura e artes.

Referente à importância do ensino público e gratuito, o jovem ressalta que eles não são a mesma coisa. “Nos EUA mesmo existem inúmeras instituições públicas, mas não gratuitas”, relembra.

Ele ressalta que essa oportunidade – não só de estudo, mas de pesquisa, intervenção na sociedade, e muitas outras – faz com que a comunidade, que recebe essas atividades, mude de forma preciosa.

“As duas iniciativas que foram mais fundamentais para mim nos primeiros anos de estudo, foram as que partem de projetos de extensão de universidades públicas e gratuitas, a UFSJ e a USP, para ser mais exato. Podemos imaginar a quantidade de pessoas que podem ser atingidas com tais iniciativas, e a pontualidade da mudança que podemos ter, com mais investimento em educação”, relata.

Sobre as artes e cultura, Octávio acredita serem fundamentais. Segundo ele, é o que nos diferencia de outros animais ou seres vivos, pois fazemos e produzimos diversas coisas por prazer, fruição, apreciação, ou relacionados.

“Isso mostra um nível de consciência completamente diferente de outras relações na natureza. E justamente a materialização dessa consciência elevada, é a literatura, música, dança, pintura, escultura, e diversas outras manifestações artísticas e culturais”, narra.

De acordo com o estudioso, justamente por isso a cultura e a arte deveriam ser mais fomentadas e consumidas, mais do que atualmente se faz.

“Promover e investir na cultura é promover e investir no ser humano. Precisamos fazer com que isso fique melhor disponível para nós mesmos e nossos colegas. O crescimento é sempre coletivo, pois não teremos destaques de forma individual, e sim, com um bom incentivo local”, conclui.

Confira, abaixo, um pouco do trabalho do são-joanense:

Como ajudar

Como músico, Octávio trabalha com concertos e aulas particulares de violão. “Quaisquer interessados podem entrar em contato, e ficarei feliz em atendê-los para tais serviços, atualmente on-line devido à precauções de distanciamento social”, confirma.

Concertos privados também são uma prática comum em diversos centros.

“Enquanto arranjador e compositor, também escrevo, por encomenda, obras para violão e/ou outras instrumentações. Também tenho uma seção no meu site onde é possível fazer doações em qualquer valor”, completa.

O link é https://www.octaviodeluchi.com/donate

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