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AO ANUNCIAR DEMISSÃO, MORO DIZ QUE BOLSONARO QUER TER ACESSO INDEVIDO A INVESTIGAÇÕES DA PF

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, participa de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto

Redação
Notícias Gerais

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, confirmou nesta sexta (24), em pronunciamento à imprensa, seu pedido de demissão do cargo, como já havia informado Notícias Gerais.

Para justificar a demissão, Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro insiste na troca do comando da Polícia Federal (PF) para ter acesso a relatórios e investigações em andamento, o que fere a autonomia do órgão.

O ex-juiz da Lava Jato disse que explicou à Bolsonaro a gravidade do procedimento, sem ter sucesso para demovê-lo da ideia. “Eu falei ao presidente que seria uma interferência política; e ele disse que seria mesmo”, ressaltou Moro.

Dentre as investigações em curso na PF, consta aquela referente ao filho 03 do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (DEM-SP), acusado de usar o Palácio do Planalto para disparar fake news caluniosas sobre membros dos poderes e da imprensa brasileira.

Ainda segundo o ministro, a interferência política nas investigações fere uma garantia democrática. “A autonomia da PF é um valor fundamental que temos que preservar dentro do estado de direito”, afirmou.

Ele destacou ainda que os governos anteriores jamais interferiram na condução das investigações realizadas pela PF, como a própria Operação Lava Jato. Moro se referiu aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidenta Dilma Rousseff.

O pedido de demissão de Moro reforça o tamanho da crise política envolvendo o primeiro escalão do Executivo, que teve outro round importante no último dia 16, com a demissão do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Moro, inclusive, se desculpou por agravar a crise, em meio à pandemia de Covid-19 que já matou milhares de brasileiros. “Não me restou alternativa”, alegou.

Fake news e desinformações

O pedido de demissão de Moro ocorre após a publicação da exoneração do diretor-geral do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, no Diário Oficial desta sexta, assinada por ele e Bolsonaro. “Eu jamais assinei esta demissão”, disse o ex-juiz.

Moro revelou também que é mentira que a demissão tenha sido requerida pelo diretor-geral, conforme noticiou a Secretaria de Comunicação da Presidência. Segundo o ministro, Valeixo foi informado na noite de quinta que seria exonerado, mas jamais requereu a medida.

Carta branca e aposentadoria especial

No pronunciamento, Moro contou que, ao ser convidado para assumir o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro, ele negociou carta branca para compor sua equipe. E, ainda, uma espécie de aposentadoria especial para amparar sua família, já que ele abriria mão da carreira de 22 anos como juiz federal.

Agora, diz que vai descansar um pouco e procurar trabalho.

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